Faz tempo que aceitei isso em minha vida. Dizem que pessoas que sofrem de algum vício raramente assumem ou não assumem, mas eu assumo. Não posso negar, já faz parte de mim. Sou d-e-p-e-n-d-e-n-t-e!
Descobri isso quando percebi que ao não ter o que satisfaz o meu vício, fico sentindo falta, não consigo me concentrar direito nas atividades que preciso desenvolver, tenho ânsia de satisfazer a minha vontade...
Opa, não disse ainda no que sou viciada e você já deve estar pensando besteira, mas calma, a próxima oração explica. Sou extremamente viciada em felicidade. Sim, é isso mesmo o que você ouviu: FELICIDADE. Sei que soa estranho, por ser um estado e ser bom, eu dizer que sou viciada, mas eu não vejo outra maneira de dizer isso. Dependo de felicidade para viver. Estar feliz me faz bem. Quando não tenho nenhuma dose de felicidade por perto meu coração acelera e ao mesmo tempo para, ele se contrai e me sinto mal.
Tem gente que escolhe ser viciada em tristeza. Ela tem milhares de momentos felizes, mas aumenta a dose de amargura com alguns cubos de mágoa ou de lembranças que não fazem bem. Ás vezes toma tudo em um gole só, fica logo embriagada e não consegue nem sair do lugar, pois sabe que um passo pode resultar numa queda tremenda. Outras vezes toma aos poucos, até chegar o momento que a lucidez já não é algo presente em seu ser. Ele então é levado a fazer coisas que nunca teria coragem se estivesse em sã consciência. Geralmente faz coisas das quais se arrepende amargamente.
É por isso que escolhi ser viciada em felicidade. Eu sei que enquanto eu buscar doses de alegria, amor e amizade eu serei uma pessoa melhor. Claro que os momentos de tristeza estarão presentes, eles nos são necessários para saber valorizar os momentos bons, mas eles devem se fazer presentes apenas nos momentos necessários. Eu só preciso me esforçar para que esses momentos sejam os mais curtos possíveis.
Com carinho, da dependente assumida
Priscila Rockbell
